2024-08 - reflections on the 1st música do círculo leading training immersion
texto escrito no dia 31 de agosto de 2024.
contexto: escrito no final do 3° dia da 1ª imersão do curso de 2 anos formação como condutor de música do círculo. essas reflexões foram super profundas, mas várias frases ficaram soltas - não tive energia pra tecer a linha de raciocínio completa. eu tava super cansado, dormindo mal e comendo mal - e triste por não ter conseguido me preparar pra imersão com antecedência.
o que tem reverberado por aqui é que a música, a MdC e essa imersão em específico, têm sido muito sobre encontrar minha expressão, reconhecer meu papel.
me questionar mais profundamente: o que eu realmente quero com isso?
em alguns momentos, eu tava me sentindo super desconectado. comecei a lidar com umas frustrações por não estar com energia pra fazer tal jogo, por não ter acompanhado tal proposta.
percebo que não quero necessariamente ser um grande facilitador, artista, entendedor da música. um dia, talvez. o que eu quero hoje é ter as mínimas ferramentas necessárias pra facilitar o brincar, a descoberta, a expressão, a co-criação.
fiquei bem feliz com a conversa sobre o elemento "círculo". pôr isso na mesa. falar do intangível. colocar na mesa as questões dos nossos sistemas atuais de isolamento, exploração, da vida em si. que sugam e não geram energia.
e eu vejo essa prática como uma baita prática de geração, transformação, experimentação de energias.
pra mim, essa forma de co-criar, co-existir não para na música. é sobre cultivar uma forma de viver em que a conexão com o fluxo não para...
esses últimos anos têm sido uma jornada muito isolada pra mim. eu ainda acho difícil trazer sobre os temas que me tocam de forma clara, que conecte. falar sobre o que eu faço, o que eu pesquiso, que é justamente isso.
os próximos sistemas. caminhos possíveis pra vidas mais conscientes, coerentes, regenerativas. práticas e possibilidades no presente - em todos os aspectos da vida.
o sentimento de estar aqui, presente, entregue, com tantas pessoas interessantes, potentes, alinhadas num propósito maior e não conseguir me expressar, me fazer visto, é muito frustrante.
o que eu tenho descoberto, é que como uma expectativa desse curso, é que eu continue descobrindo formas de me expressar e me desdobrar, pra que a partir da minha autenticidade - que venha a música nerd, o metal, o trap, o rap, o beatbox, as músicas tradicionais dos povos (world music), a poesia, o teatro, a contemplação, o espairecer - eu possa vir a amparar esse espaço pra outras pessoas também.
então o meu pedido é: que possamos ter espaços conjuntos pra explorar essa expressão do sagrado em nós.
minha pesquisa é muitas vezes sobre tecnologias a serviço de uma sociedade que realmente se importa e cuida de todos os seus seres e o planeta.
esse site, um jardim digital tentativamente pautado em princípios regenerativos, é um experimento nessa direção. um meio digital pra nos ajudar a perceber, navegar e colaborar através das nossas ecologias de informação.
e ele é resultado da primeira vez nesses últimos 5 anos algo que publiquei algo que me senti minimamente orgulhoso. espero conseguir continuar encontrando essa clareza e potência de expressão que conecta e empodera, e não que continue me colocando à parte.
enfim, é isso. agradeço por também terem escolhido estar nessa jornada de formação. é um prazer poder ter aliades ao lado. 🙏🏼❤️✌🏻
mais pensamentos:
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como refletir algo (interno) que é tão verdadeiro, mas ainda assim frágil e sujeito ao erro?
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como se expressar, aceitando o julgamento - próprio e alheio - e seguir jogando com ele? como não cortar a conexão e voltar pro acolhimento interno?
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posso escutar de você, o que realmente importa pra ti? e você quer saber sobre o que realmente importa pra mim?
que possamos continuar cultivando esse processo. o processo de semear, crescer, desabrochar, florescer, e dar frutos de cada um.
não ter conseguido conectar tanto.
tá muito além dos jogos, no campo do invisível.
é esse constante jogo, o jogo infinito.